sexta-feira, 29 de abril de 2011

Termometro Beyoncé 'Run The World (Girls)

Termômetro



A ousadia é uma das características mais peculiares no mercado fonográfico mundial: ela pode ser tanto a maior aliada, quanto a mais traiçoeira virtude de um artista em qualquer altura de sua carreira.
Eis que Beyoncé resolve nadar contra a maré eletro pop atual lançando um single, um tanto quanto excêntrico. Beyoncé dispensa qualquer espécie de apresentação: ela é, simplesmente, a maior cantora de sua geração por reunir o pacote completo que uma artista que quer se estabelecer de forma digna precisa: canta, dança, interpreta, copia discretamente, tem ótimos contatos, é reservada, muito bem assessorada/empresariada e não costuma dar declarações muito vexatórias.
Dito o que todos sabem, hora de analisarmos “Run The World (Girls)”. Em uma primeira audição, nos remete a b-sides do grupo que deu a luz à cantora, as Destinys Child, com um toque de M.I.A., piorada, bem piorada. A começar pela letra, profunda como uma poça. Continuamos pela repetição incessante que, dizem por aí, deveria ser o refrão da canção. Continuamos a trilha da vergonha com o sample pessimamente utilizado de “Pon The Floor”, de Major Lazer, que, ao ritmo de Beyonce, chega a soar de forma atroz.
Nem em seus momentos mais urban, a cantora foi tão longe. E, percebam, ela tem em seu histórico singles como “Soldier”, “Diva”, “Ring The Alarm”, “Get Me Bodied” e “Upgrade U”, todas com determinados pontos, de alguma forma, respeitáveis. Não é o caso de “Who Run The World (Girls)”.
Beyoncé merece sim, créditos por não ter percorrido o caminho mais fácil com seu novo trabalho. Todavia, a lição que se tira deste grande erro, pode ser que, aos 29 anos e com uma bagagem musical de dar inveja a qualquer artista pop, é um pouco tarde demais para tentar se tornar uma aspirante a Nicki Minaj.
Beyoncé ao lado de Nicki Minaj: momento de inspiração?

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