Com o fim dos anos 80, os filmes de serial killers entraram em franca decadência. Após várias seqüências risíveis de 'Sexta-Feira 13’, 'A Hora do pesadelo' e 'Halloween', os filmes de terror tiveram uma queda de qualidade, e o gênero foi limado das telas do cinema. ![]() um novo terror, citado pela Variety antes de sua estreia como ‘D.O.A’ (Dead on Arrival, gíria para ‘futuro fracasso nas bilheterias’). Era 'Pânico' (Scream, 1996), dirigido pelo mestre do terror Wes Craven ('A Hora do Pesadelo') em parceria com o roteirista Kevin Williamson, até então desconhecido. ‘Pânico’ não obteve grande sucesso em sua estreia, mas o boca a boca positivo fez o filme crescer nas semanas seguintes, e arrecadar US$ 103 milhões nos EUA. Era um fenômeno de bilheterias, e o começo de uma nova era para o terror, que rendeu vários frutos e um novo subgênero. Vieram duas sequências do original, e derivados como ' Eu sei o que vocês fizeram no verão passado 1 e 2', 'Prova Final', 'Lenda Urbana', entre outros. ![]() esgotar, e após algumas bombas, os filmes de terror encontraram outras fórmulas e franquias (‘Jogos Mortais’, ‘O Chamado’) para seguir adiante. ‘Pânico 4’ estreia com a promessa de se auto-renovar em uma nova década, fazendo paródia com o subgênero que ele mesmo criou. E Kevin Williamson conseguiu. O roteirista adiciona tudo que funcionou nos anteriores, e renova a franquia para uma nova audiência. Seu texto mistura terror e comédia de maneira sensacional, criando um novo recomeço para a franquia que era dada como morta. Na trilogia inicial tínhamos a fórmula perfeita: a abertura trazia o chocante assassinato inicial (Drew Barrymore, a melhor da franquia) e o final trazia o assassino revelando seus porquês e motivos. Neste, início e fim adicionam exceções e surpreendem: o filme não começa, nem termina, de maneira óbvia. Temos aqui um dos melhores finais da franquia, mesmo que fuja dos padrões dos filmes anteriores. Afinal, Nova Década, Novas Regras. ![]() Esta cena não está no filme... agora é autora de um livro de auto-ajuda, e retorna para Woodsboro na última parada de sua turnê para promover o lançamento. Lá, ela reconecta-se com o sherife Dewey (David Arquette) e Gale (Courteney Cox) - agora casados - assim como sua prima Jill (Emma Roberts) e sua tia Kate (Mary McDonnell). A volta do Anjo da Morte - apelido que os jovens dão para Sidney, por ela estar sempre presente nos assassinatos - também traz Ghostface, colocando toda a cidade de Woodsboro, em perigo. O acerto de ‘Pânico 4’ é trazer seu elenco original. Ao contrário de outras franquias de terror, como ‘Sexta-Feira 13’ e ‘ Jogos Mortais’, o vilão não é o protagonista. Neve Campbell volta a desempenhar de maneira louvável o papel da protagonista Sidney, que usou os 10 anos em que esteve livre do maníaco mascarado para se reinventar e deixar de ser vítima (sem sucesso, claro). A atriz parece tão familiarizada com a personagem, que entrega a sua melhor atuação na franquia. Courteney Cox volta a viver a repórter Gale Wheathers, em uma boa atuação, que em alguns momentos é comprometida por seu bizarro preenchimento labial. David Arquette também retorna, como o desengonçado Dewey. É muito prazeroso revisitar estes personagens e atores após 10 anos. ![]() Emma Roberts e Hayden Paniettiere. Roberts parece um pouco perdida no início do filme, mas logo embala no ritmo e nos brinda com uma atuação incrível no final. Já Paniettiere é a grande estrela: rouba todas as cenas, além de entregar algumas das melhores falas. Dez anos após o mediano terceiro filme, a franquia mostra que tem sobrevida. ‘Pânico 4’ é o segundo melhor filme (perdendo apenas para o original), e prova que o diretor Wes Craven ainda pode ser chamado de mestre do terror. Com bastante humor negro, cenas de morte muito bem elaboradas (com muito, muito sangue) e um final digno de aplausos, ‘Pânico 4’ consegue se reinventar e ainda manter aquilo que a trilogia inicial tinha de melhor. E que venha a nova trilogia... ![]() se sentindo em um túnel do tempo... | ||||||
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Crítica por: Renato Marafon |
terça-feira, 19 de abril de 2011
Critica:Pânico 4
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