A polêmica-originalíssima-vanguardista e agora ainda mais lendária e inesquecível Amy Winehouse, entre todos os adjetivos que cabem em uma das cantoras que mais despertou reações de amor e ódio em seu público, teve o fim que milhões de pessoas em todo o mundo imaginavam e temiam, mas com uma rapidez maior do que qualquer imaginação pudesse prever.
Aos 27 anos de idade, Amy Winehouse, um dos maiores - senão o maior - ícones da música britânica da última década, foiencontrada morta em sua casa na manhã deste sábado (23), em Londres. As causas da morte não foram divulgadas, mas pelo histórico de consumo exagerado de álcool e drogas que sempre rondou a carreira de Amy, existem fortes suspeitas de que ela tenha falecido por overdose.
Amy Jade Winehouse nasceu em 1983 no subúrbio de Londres, em uma área conhecida como Southgate. Apesar das origens judaicas, sua família sempre foi ligada ao jazz norte-americano, fato que 10 anos após seu nascimento, serviria como a maior influência para o início da carreira maluca de Amy.
Ao completar a primeira década de vida, Winehouse montou sua primeira e breve banda sob as influências da música urbana, chamada ‘Sweet’ n Sour, as Sour’. Sem muito sucesso, a brincadeira de criança terminou em pouco tempo. A música então só perdeu o tom de infância – apesar de nunca ter se profissionalizado ao extremo – aos 16 anos, quando começou a cantar soul ao lado do amigo Tyler James.
Por incrível que pareça, Amy era extremamente tímida quando precisava soltar a voz. Seus pais mesmo não tinham muitas expectativas e duvidavam do talento dela. Mas, pelo que conta a história, Amy já foi centrada e, à época, continuou cantando em bares e pubs de Londres até ser descoberta pela Island Records, cujos produtores estavam à procura da ‘dona da voz de blues e jazz’ da noite londrina.
Pela Island, Amy lançou em 2003 seu disco de estréia ‘Frank’, trabalho que, um ano depois, a apresentaria a todo o mundo com 900 mil cópias vendidas somente na Inglaterra, mais de 3 milhões em todo o mundo e ainda uma indicação ao Mercury Music Prize. Mas tudo ainda estava só começando.
Se com ‘Frank’ Amy já impressionou o mundo com sua mistura de jazz, blues e soul; foi em 2006, com o lançamento de ‘Back to Black’, seu segundo disco de estúdio, que a cantora extrapolou os limites da fama britânica de vez e se tornou referência eterna no mundo da música. O álbum vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo e lhe rendeu seis indicações ao Grammy 2008, das quais venceu cinco: Artista Revelação, Gravação do Ano, Melhor Disco Vocal Pop, Melhor Performance Vocal Pop Feminino e Canção do Ano (Rehab). O single mais conhecido da cantora, apesar da cara ‘retrô’, foi eleito pelos críticos como uma das músicas mais influentes da primeira década dos anos 2000.
Já consagrada como um marco da história da música não só britânica, mas mundial, Amy tinha um batalhão de milhões de pessoas no aguardo de seu terceiro disco de estúdio, que começou a ser produzido em 2008 em parceria com o Mark Ronson. O produtor havia recebido a missão de salvar as composições depressivas de Amy, quase todas com referências ao seu ex-marido Blake Fielder. O processo de composição do disco havia sido paralisado diversas vezes para tentativas fracassadas de reabilitação das drogas e do álcool, até que veio a promessa de que seria lançado ainda em 2011. Diante dos ocorridos, esse promete ser o disco póstumo mais esperado de todos os tempos.
DROGAS
A carreira de Amy Winehouse sempre foi rodeada por problemas com sua saúde física e mental, quase todos causados pelo excesso de drogas e, na medida que sua fama crescia, suas crises se tornavam cada vez mais exploradas pela mídia fuxiqueira.
A carreira de Amy Winehouse sempre foi rodeada por problemas com sua saúde física e mental, quase todos causados pelo excesso de drogas e, na medida que sua fama crescia, suas crises se tornavam cada vez mais exploradas pela mídia fuxiqueira.
O primeiro caso que chegou às revistas de celebridades se deu em agosto de 2007, pouco mais de um ano após o lançamento de ‘Back to Black’. Na ocasião, Winehouse foi internada com suspeita de overdose de múltiplas drogas, fato que logo depois serviria de pretexto para o cancelamento de uma série de shows na Europa.
As drogas, principalmente o álcool, acabaram levando a cantora pra ‘rehab’ duas vezes: a primeira em 2008 e a segunda em maio deste ano, quando voltou a se internar na clínica Priory, em Londres, para mais uma tentativa frustrada de reabilitação. Na época, o jornal "The Sun" revelou um possível ultimato que a cantora havia recebido dos médicos. Segundo eles, ela iria morrer se não parasse de beber.
O álcool ainda foi motivo de decepção para grande parte dos admiradores que compraram ingressos para os shows de Amy em todo o mundo. Suas apresentações que mais pareciam um show de trapalhadas eram marcadas por letras esquecidas, tombos circenses, notas desafinadas, e tantas outras peripécias que polarizavam o público entre o amor e o ódio.
Quando veio ao Brasil, em janeiro deste ano, não foi diferente. Não faltaram vacilos com horário, com as letras e com a motivação da cantora. Sua apresentação foi, quase que unânime, muito inferior à de Janelle Monáe, cantora norte-americana escolhida para abrir os shows da turnê.
O estopim para as crises de Amy em frente ao público foi em sua volta da rehab, há cerca de dois meses, quando foi vaiada por se apresentar embriagada no primeiro show da turnê de reestréia, na Sérvia. Aquelas vaias jamais seriam ouvidas se os fãs soubessem que aquela seria a última apresentação da agora lendária Amy Jade Winehouse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário